Especial Turma Que Faz: Marcão

15/12/2015 · Por Narelly Batista

Marcos Francisco de Almeida tem 21 anos, mora na Vila de São Jorge e participa da Turma Que Faz desde os 13 anos de idade. Sua história com a música não é de hoje. Segundo Marcos, começou quando ouvia com deslumbre seu pai tocar viola. O pai de Marcos é o Sr. Adelídio, um mestre da cultura popular que conhece bem a importância das plantas do cerrado para enfermidades diversas e que também toca como poucos uma boa viola. “Ele já tocou até com a Doroty aqui na Vila.”, conta com orgulho. Ter visto seu pai tocar ao lado de sua mestre das artes, o deixa todo orgulhoso.

Marcos é um rapaz sorridente e carinhoso que nos últimos tempos tem tido alguns problemas na Turma. As companheiras musicais teem lhe cobrado responsabilidade. Chegaram a conversar com ele sobre a importância dos ensaios, mas acabaram ficando chateadas. Marcos as explicou que ele não estava fazendo pouco caso com o projeto. “É um processo importante. Não deixarei vocês na mão”, disse a elas.

As faltas de Marcos aos ensaios da Turma Que Faz não são por preguiça ou irresponsabilidade. Pelo contrário. Faz um ano que Marcos resolveu morar sozinho. Deixou a casa dos pais, após a morte de sua mãe. “Ela tinha câncer e por isso achei importante que eu começasse a me cuidar sozinho. Não tenho mais idade para depender do meu pai.” O pai mudou-se para Colinas, uma cidade próxima da Vila de São Jorge, onde possuem uma ‘terrinha’.

A primeira atividade profissional de Marcos foi como servente, contra a vontade de Doroty, que lamentou o menino não poder viver de música e arte. Atualmente trabalha fazendo roçagem, servindo de pedreiro e qualquer atividade que precisem e lhe renda algum dinheiro honesto. “É um bom garoto, que merecia um emprego menos sofrido”, diz Doroty, que não consegue admitir essa nova realidade em que ele precisou se inserir. “Não posso, de maneira nenhuma, abandoná-lo agora. Eles merecem mais do que isso”, reforça. Marcos está bastante animado. E da mesma forma que Doroty não pensa em abandoná-lo, ele também não pensa em nenhum momento em fazê-lo. Tem conseguido viver com os trabalhos que faz e espera continuar se apresentando com a turma, mesmo que para isso precise procurar horários alternativos para os ensaios. Por enquanto ele tem se encontrado com Doroty nos momentos que pode para pegar tudo que perde nos ensaios. No futuro espera ter condições de tocar e participar das atividades da Turma com mais qualidade, sem que para isso tenha problemas financeiros.

Veja aqui um pouquinho do que Marcos sabe fazer.